quarta-feira, 4 de julho de 2012

Grunge Revival



Autilia Antonucci 
 
O flashback é uma tendência universal. Vai da música à moda e até influência no comportamento. A volta dos anos 80 veio com tudo, fazendo quarentões sentirem novamente a sua adolescência e bandas da época voltarem a tocar nas rádios com tudo.
A geração que hoje completa entre 18 e 25 anos vem entrando no cenário pop com gana de identidade própria, algo que remeta a nostalgia e afirme a inovação da nossa era atual.
Com esse novo público, os anos 90 voltaram e começaram a tomar conta da moda nos últimos anos.
O saudosismo atinge os jovens que relembram os velhos desenhos da Nickelodeon, órfãos da Tv globinho diária e jogadores de Game Boy Color.
Como sempre, a moda não fica de fora. A grande novidade do verão estadunidense é o Grunge Revival. A cor da estação? Preto desbotado.


O grunge ficou popularizado pela música, na década de 90, um estilo que misturava punk, metal e hardcore. As letras e seus representantes traduziam a postura anti-social, anti-mídia e talvez um pouco niilista.
Um exemplo é o frontman da banda Nirvana, que se recusava a aceitar rótulos e fugia de qualquer glamour existente na cena musical, apesar do óbvio sucesso conseguido por sua banda, que influência muita gente até hoje.
Esse tipo de atitude atraiu olhares e adeptos, pela sua originalidade e tradução do que seria o grito de uma geração inteira.
O Grunge Fashion é fácil, rápido e prático. Camisetas largas, calças rasgadas e cabelos despenteados seriam um resumo do estilo.
Camisas xadrez de flanela, estampados simples e até hippies.
A moda urbana é modelo para qualquer customização. O Punk não é tão levado a sério, sendo misturado com elementos Metal e até mesmo mais rebuscados no sentido moda.
É uma maneira largada de se fazer high fashion, uma camiseta desbotada pode ser usada com uma saia de cintura alta, e por aí vai.
As referências anti alienação são acessório obrigatório, como a utilização de símbolos religiosos que agem com ironia ao lado de referências alucinógenas.
Maquiagem pesada ou nenhuma maquiagem, não existem regras, o que age é a criatividade de cada um ao usar elementos diversos para compor um look.


A newface do mundo da moda, Charlotte Free, que foi a garota do mês da Vogue Japão e virou queridinha de muitas grifes renomadas, poderia ser considerada um ícone da moda Grunge.

Charlotte Free

Com seu cabelo rosa choque, tingido em casa, a modelo mais hype do momento, quando não está modelando, mistura camisetas de banda no seu look, assumindo uma postura anti fashion que a tornou querida na cena da moda indie. 

A jovem australiana Tori Elisabeth, de dezessete anos, foi de gótica à grunge e define o Style como “os quintessenciais Marten Docs, camisetas de banda, o tradicional estilo dos anos 90 e camadas”. Responsabiliza a volta de antigas tendências da moda e música pela ascensão do Grunge. Suas peças preferidas de roupa são suas leggings de látex.
A facilidade e baixo custo dessa identidade atraiu-a e continua atraindo várias pessoas que preferem usar sua originalidade como grife. Tori aconselha o uso de peças confortáveis, como saias longas e camisetas largas.

Tori Elisabeth
 Apesar do estilo Grunge ser definido pela originalidade de seus “usuários”, há vários pontos em comum que podemos citar.

 Creepers
Usados por soldados na Segunda Guerra Mundial, eles ganaram popularidade quando o empresário Malcolm MacLaren começou a comercializa-los em sua loja em Londres. A partir daí, os creepers se tornaram peça muito querida pelas subculturas.

 Marten Docs
Também usadas na Segunda Guerra mundial, essas são confortáveis e versáteis, disponíveis em diversas cores.

  
PlataformasSaltos, plataformas, sempre marcantes e cheias de atitude.


 ColaresLargos e com pingentes que remetem religiões, como Wicca, Satanismo, Cristianismo, entre outras.

  
Bolsas
Bolsas ou mochilas simples, com cores básicas.


 Veludo
Combinado com jeans ou látex, largo ou justo.

  
Camisetas CostumizadasCamisetas velhas ganham grande utilidade com a costumização, que pode ser feita de diversas maneiras.


Os Homens Que Não Amavam as Mulheres


Lançado em janeiro de 2012, Os Homens Que Não Amavam As Mulheres, no original The Girl With The Dragon Tatoo é um filme baseado na novela sueca de Stieg Larsso.

Conta a história de Henrik Vanger, um patriarca de um grande império industrial na Suécia que teve seu cenário completamente mudado pelo desaparecimento de uma das herdeiras da família, Harriet Vanger.

Convencido de que se trata de um assasinato, depois de 40 anos, contrata o jornalista Mikael Blomkvist para escrever sua biografia como escusa para investigar o caso.
Como todo romance criminal, o filme tem enfoque psicológico, com grande desenvolvimento dos personagens e suas histórias.

O destaque, sem dúvidas, é a personagem Lisbeth Salander, uma investigadora que usa métodos pouco convencionais. Seu visual excêntrico chama a atenção tanto quanto a sua habilidade e perspicácia.

Lisbeth foi considerada mentalmente incapaz pela justiça e não pode responder por si mesma, pelos delitos que cometeu no passado como abuso de drogas e surtos de agressividade. Sua personalidade é peculiar: anti-social, usa meias palavras, tem hábitos e roupas excêntricos.

Acaba se envolvendo na investigação do caso Harriet por ter feito um relatório completo sobre a vida de Mikael, conseguindo suas informações pessoais confidenciais.
Provocando o interesse do jornalista, e motivada a participar no caso, a garota da tatuagem do dragão prova ser uma personagem extremamente única, dotada de uma linha de pensamento prática e eficaz.

Apesar dos 158 minutos de filme, ele se dá de forma rápida, prendendo a atenção do espectador tanto pelo seu roteiro quanto pela sua edição, que lhe garantiu o Oscar de Melhor Edição de 2012.
 
O thriller não exige total atenção à fita, não tem grandes reviravoltas; seus enigmas demoram a se desenrolar, sendo explicados no final do filme.

 
Rooney Mara, atriz da notável Lisbeth Salander, infelizmente perdeu o Oscar de Melhor Atriz para Maryl Streep. Boa parte da responsabilidade do impacto da personagem é de sua atuação.