segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Save me from myself



O My Chemical Romance começou discreto. Gerard é um artista. E artistas tendem a experimentar todas as formas possíveis de expressar seus tormentos. Por tormentos, entenda, literalmente tormentos. O primeiro álbum da banda deu início ao que seria uma grande e incansável jornada pela mente do pouco perturbado Gerard Way, vocalista e compositor das odes da banda. A estrada que nós (killjoys, ou seja lá que nome você nos dê) já dura mais de dez anos, e é cheia de obstáculos, chuvas, piscinas de sangue, acidentes de carro e efedrina.
O primeiro disco vem infestado de dramas pessoais, reflexões sob efeito de drogas e vampiros. A introdução egoísta e imcompreensível do guia da carroagem é tão carregada quanto a orquestra que a acompanha. Sim, não estou falando do som do My Chemical, (não por enquanto, calma) estou falando da literatura e conceitualização deste senhor que habitou fantasias de menininhas cortadoras de pulso por um bom período de tempo.

"I'll drive until the end with you". A última faixa do não muito conhecido Bullets (nome encurtado de I brought you my bullets, you brought me your love) despedesse de um lindo casal morto em um tiroteio. A história continua no Three Cheers for Sweet Revenge, em que o personagem tem de voltar a terra e matar mil homens maus para chegar a sua amada. Gerard mistura a sua realidade, as suas preocupações, os seus problemas ao dos dois amantes, contando sua história de forma melancólica e suja. Inspirado em histórias em quadrinho e filmes de horror, o artista deixa por definitivo seu rótulo: "I'm not a poet, but a criminal".

O Revenge é o álbum preferido dos fãs. Certo, My Chemical não tem o melhor da fanbase. Adolescentes revoltados, emos, bom, era o que achávamos ser na época (apesar de negar). Garotos e garotas, em sua maioria, que se auto entitulam com adjetivos usados pelo mentor nas suas letras. Gerard consegue traduzir o que a maioria dos adolescentes quer: tragedismo, o Thanatos dos seres humanos, o que faz nossos pais sentarem no sofá depois de chegar do trabalho e ver o programa do Datena.  Mas como nenhuma ideia dura para sempre na cabeça de um verdadeiro artista, o terceiro álbum da banda acompanhou a história de outro personagem: o Paciente, nada mais, nada menos que um rapaz cancerígeno dançando com a morte.

O terceiro álbum chegou para mostrar que Gerard e sua trupe não tinha somente a tragédia em suas costas. Danger Days é mais uma história muito bem contata pela banda, que vai ser melhor ainda resumida em uma comic que está para ser lançada no próximo ano.

Voltando ao ponto principal, aonde eu queria chegar: o My Chem vai lançar 5 músicas que não entraram no Danger Days. Duas delas foram liberadas esta semana. Vamos escutar Boy Division?

 
Vamos lá, o que acharam? Não está óbvio por que essa música não entrou no Danger Days? Pois é. Ela é basicamente: Revenge. E não, garotas, não peçam para o My Chem voltar aos tempos de Revenge. Gerard tem a licença poética para fazer o que lhe der na telha.

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