quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Prateleira#1 - Lisbeth Salander em Millennium: The Girl With The Dragon Tattoo


     E pra começar a sentir o gosto do fim de semana, resolvi postar um livro até então famoso por si só, da trilogia Millennium: The Girl With The Dragon Tattoo. Já comentado aqui pela Thais, o remake do filme sueco adaptado do livro.  Sem dúvidas, Clóvis Rossi que me perdoe, o melhor livro que envolve a ética e todo o aprendizado jornalístico. (Srs. professores agradeço se revisarem o livro “O que é jornalismo” e por o Mikael pra dar aula para gente). A história original não muda tanto assim para a adaptação americana que foi considerada a melhor, mas como sempre nada comparado.

     No início chega a ser meio metódico o jeito que ele trata de explicar e por o leitor dentro do contexto da economia sueca, e logo depois temos Mikael Blomkvist, ou o Super-Blomkvist se você estiver a fim de tirar ele do sério. Mikael é o jornalista ético, passou sua carreira denunciando empresas corruptas da Suécia, e logo no início da carreira ganhou o apelido carinhoso, nome de um detetive dos livros suecos. Eis que então que este se vê num problema, denunciou as empresas Wennerström, e perdeu a causa. Decide então deixar a revista Millennium, em que é coproprietário, e partir para desvendar o caso Harriet, ganhar a cabeça do Wennerström, e recuperar o mais importante sua credibilidade.

     Durante o desenrolar da história, a heroína aparece. Lisbeth Salander passa longe do normal, descrita como uma garota de aparência anoréxica de um metro e meio de altura, jovem, cheia de piercings e tatuagens - todos símbolos próprios - que, segundo sua ficha, é incapaz de tomar conta de si sozinha e tem tendência a ser violenta. A primeira vista, Lisbeth é o verdadeiro demônio encarnado no corpo de uma garota de vinte e cinco anos, pelo menos para aqueles que nem ao menos tentaram conhecê-la de verdade, ou melhor, pelo menos para a maioria que nunca a tratou como um ser humano. Mais humano do que ela impossível você encontrar nas novas literaturas de hoje. Mikael deve sua vida e carreira a ela, sem contar que ele é o único que sua presença não a irrita, ele é um homem bom. Ela gosta dele. Trabalharam juntos no caso Harriet, e se não fosse ela, talvez Blomkvist não solucionasse o caso, não daria a volta por cima na cara do Wennerström e... Bem você descobre quando ler.

     Mas afinal, ela é mesmo mais esperta que eu e você. O que vale a pena de ler o livro, é que Lis não é nenhuma clichê não, resolve tudo sozinha, tem uma mente muito mais lógica que qualquer outra, e sua personalidade exótica atrai até demais o leitor. Qual é o passado de Lisbeth Salander, porque ela, datada de dons tão magníficos, é considerada tão incapaz e violenta. Logo você muda de posição no livro, é cativado pela mente dela, é capaz de apoiá-la em todos os atos, pense nas consequências, sabe que ela faz bem em estar no anonimato, não querer se envolver com a polícia, não acredita neles, no sistema, nem nas pessoas. Você se liberta ao ver o troco que ela dá ao seu novo tutor. Sabe que Salander não deixa nada de graça. Ela é o jovem do século XXI, vê sua liberdade, deixa de lado as fronteiras na internet. Se livra do sistema que a prejudica, que a estupra, se vê livre dos homens que não amam as mulheres.



Uma breve biografia do nosso autor: Stieg Larsson nascido em Skelleftehamn em 15 de agosto de 1954 e morreu por ataque cardíaco em Estocolmo, 9 de novembro de 2004, um ano antes do lançamento do primeiro livro e se tornar milionário. Foi um dos mais influentes jornalistas e ativistas políticos suecos. Trabalhou na destacada agência de notícias TT. À frente da revista Expo, fundada por ele, denunciou organizações neofascistas e racistas e por isso recebeu diversas ameaças. É co-autor de Extremhögern, livro sobre a extrema direita em seu país. Sua semelhança com Mikael é inconfundível.


Um texto mais que interessante:http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/02/por-que-amamos-tanto-lisbeth-salander.html

Prateleira é postada toda terça-feira, perdoem o atraso.

Um comentário:

  1. Achei o texto um tesão, com críticas consistentes e o mais legal: com uma comparação perfeita entre a heroína e o jovem de hoje. Não tinha pensado nisso. Faz muito sentido. Parabéns!

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