terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mangá/Anime #1 - Kids On The Slope




Título: Sakamichi No Apollon, Kids On The Slope

Ano: 2012

Episódios: 12

Capítulos: 45

Autora: Kodama Yuki

Diretor: Shinichiro Watanabe

Gênero: Josei (Romance/Drama)






Sou suspeita para falar desse aqui. Na verdade, acho que sou suspeita para falar de todos os animes que gosto, mas ok. A primeira vez que ouvi falar de Sakamichi foi no Shojo Café, quando o mangá estava para lançar. Nem lembro quanto tempo faz, mas vamos dizer que faz pelo menos um par de anos. Lembro que gostei de imediato do estilo da autora: aquele fundo vermelho forte, aquele contorno pesado do personagem engraçadinho de óculos antigos.



A sinopse dizia algo sobre anos 60, um grupo de amigos e uma banda. Era o que bastava para eu gostar. Como o mangá ainda não havia saído, acabei esquecendo completamente da sua existência. No final do ano passado, houve um burburinho sobre um novo anime que o Shinichiro Watanabe estaria dirigindo.

A repercussão não foi para menos, já que o cara participou dos projetos de Cowboy Bebop e Ergo Proxy. Descobri então que o tal projeto se tratava da adaptação desse mangá, que já estava quase terminando e eu nem tinha começado a ler. Foi minha chance de correr atrás: quando comecei a ver o anime, que foi finalizado com o encerramento da temporada passada, minhas expectativas não poderiam ser melhores, e eu não me decepcionei. Um dos pontos a serem valorizados no anime é bem simples, uma especialidade do gênero. Primero, vamos explicar: Josei é o equivalente de Shojo para mulheres jovens. Isso não quer dizer que garotas e homens não podem gostar da obra, mas esse é o nixo que a categoria segue. O Josei trata de transições, geralmente da adolescencia para a fase adulta

E com isso vem aquele artifício que eu ia te contar: a evolução dos personagens. Existe uma diferença, no entanto. Sakamichi não fala de garotas virando adultas. O mangá, e posteriormente, o anime, contam a breve vida escolar dos protagonistas; o que poderia ser muito bem um Shojo qualquer. Aí que está: a obra trata essa fase da vida com tanta sensibilidade, que simplesmente não merece ser categorizada como Shojo. A maneira que os assuntos são tratados, de maneira madura e quase realista, é notavelmente mais sofisticada, comparada com outros títulos.

Kaoru Nishimi é um garoto introvertido e aplicado. Vive mudando de cidade, por causa do trabalho do pai. Ele toca piano clássico: algo que parece só agradar sua tia e prima que não fazem nada a não ser representar um plano de fundo de família-que-não-se-importa. Apesar de não fazer o tipo enturmado, Kaoru se encanta imediatamente pela "fofinha" Ritsuko, representante de sala. Nishimi acaba se envolvendo com Sentaro por certos acasos do destino, e eles viram amigos. Nada de extraordinário: foram coicidências que acabaram juntando os três, já que Ritsuko conhecia Sentaro de longa data.

É na loja do pai de Ritsuko que Nishimi tem seu primeiro contato com o Jazz. Sim, porque estamos em 1966. O porão da loja de discos tem uma bateria, um violoncelo e um piano. Após escutar Sentaro arristando um Moanin' nas teclas, Kaoru se sente desafiado a tentar fazer algo melhor. É assim que começa a surgir a paixão pela música no garoto, que se vê complementado pelo novo amigo. Sentaro tem o esterótipo de moleque encrenqueiro, selvagem e incostante: o que não podeira combinar mais com bateria. Reciprocamente, ele vê em Kaoru, um estímulo para praticar o Jazz. O estilo é apresentado de maneira vibrande e energética no anime.

A música dos garotos evolui assim como o seu entrosamento pessoal. Ritsuko se torna a principal espectadora de ambos, e como ela diz: "minha coisa favorita é escutar as risadas de dois garotos". Não só como público, Ritsuko tem um papel estritamente feminino: ela serve como porto seguro de Nishimi e Sentaro, mas não se comporta como uma boneca intocável, muito pelo contrário. Tem caprichos e inseguranças como de toda garota de sua idade, e nem sempre se vê capaz de atender completamente os anseios de seus amigos. Com ela, Kaoru desperta sua personalidade pouco complacente, ao contrário de sua aparência. Ele é um menino impulsivo, não muito compreensivo e bem precipitado. Sentaro é o personagem que eu mais gosto: se preocupa com a família, com os amigos, é atento e esforçado; cativante e assim como Kaoru, bastante impulsivo. Os garotos que antes eram considerados o oposto, se descobrem extremamente compatíveis, a não ser por um atributo: o egoísmo de Kaoru. A evolução deles se dá até Kaoru ir para a faculdade e se tornar um doutor. Não quero contar spoilers, parei por aqui.

Outro ponto de destaque são os personagens secundários. Yurika-san, uma garota rica que desperta o interesse de Sentaro e Junichi, o grande mentor de Sentaro, que tem um papel bem importânte na trama. A história deste último é especialmente interessante: ele é um militante político em sua faculdade. O foco nesse plot é bastante breve, mas não deixa de valer a pena.

O que é mais surpreendente sobre o anime, particularmente, é a trilha sonora e a animação. Como dito antes, o diretor já é conhecido pelos seus excelentes trabalhos prévios, e nesse anime, fica mais do que clara a sua credibilidade.

Aí fica o trecho mais épico do anime. Assistam!

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