sábado, 23 de março de 2013

One more night: we'll love again, we'll laugh again, we'll cry again and we'll dance again




Ainda não caiu a ficha. Nunca pensei que algo assim pudesse acontecer comigo. Minha banda preferida? Acabou. Isso aqui não se trata somente de gostar de uma ou outra música. Eles fizeram parte da minha vida e continuarão fazendo. 

Depois desses oito anos acompanhando vocês, o que me deixaram foram lições básicas que são bem difíceis de se captar: Inspiração, Exemplo e Incentivo.

Acho que todo mundo sabe que a coisa mais importante na minha vida é escrever narrativas. Esse interesse surgiu desde cedo. Eu tinha lá pra uns 13 anos quando comecei a escrever fanfics de MCR.
Os integrantes fizeram parte das minhas histórias. A idolatria que exerciam em mim fez com que emprestassem seus rostos para meus personagens. Usando seus nomes, às vezes de maneira injusta e boba, eu pratiquei o que seria minha razão para continuar com isso tudo, o que me levou a hoje ter um sonho que não vou conseguir largar até cumpri-lo.

Foi com as suas letras que eu me vi motivada para dar vasão ao que estava cravado no mais íntimo de minha mente. A partir daquelas histórias de assassinato, drogas e vampiros, eu percebi que podia fazer qualquer coisa: que eu podia sim inventar o meu mundo e embarcar nele sem medo.
Foi a partir de vocês que minha paixão idealizada por New Jersey nasceu, e foi por causa deles que o meu William nasceu, e assim como o MyChem, vai continuar a existir dentro de mim pra sempre, não importa o que acontecer. 

Decepção? Não. Vocês já fizeram tudo que podiam por mim. Eu vou continuar apoiando o sonho de cada um de vocês, aonde quer que o destino nos leve. Eu repito o que você disse pra gente, Gerard. Eu sinto orgulho, e só me fica a tristeza de não ter tido a oportunidade de fazer vocês escutarem o que eu digo. Mas uma coisa fica: eu ainda vou fazer minhas palavras chegarem a vocês, que me ensinaram a nunca desistir. Por enquanto, eu digo obrigada.  

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Então você quer fazer jornalismo?


A primeira coisa que alguém que está querendo cursar jornalismo deveria saber, e o que é quase impossível de se enxergar estando de fora, é que o curso realmente faz parte da comunicação social. Ou seja, ter o gosto e o dom para escrever é necessário, mas não se trata somente disso. A real do jornalismo é que você tem de ter "facilidade para se expressar", em suma. É aquele negócio que a gente aprender nas aulas de redação do colégio: arguentar, pensar, e principalmente saber construir um texto. O que eu tô querendo dizer é: esquece esse papo da galera que diz que jornalismo é um curso fácil, porque não é. Por isso, eu não indicaria para as pessoas que estão meio na dúvida, para alguém que está mais inclinado a fazer outra coisa... vamos dizer que ter a tal da "vocação" é fundamental, mas aí que está, você só descobre sua vocação na prática.

Também esqueça ficar horas a fio estudando livros e mais livros para fazer provas chatas e certinhas. Mas se prepare para ter que passar perrengues como correr atrás de fontes, conciliar tempo para escrever e apurar, cobrir eventos que nunca acabam, entregar tudo no prazo... logo no primeiro ano. Não envolve nada muito teórico, aliás, é o de menos. Sabe aquele papo de que jornalista não precisa de diploma? É besteira, mas é certo no seguinte ponto: a faculdade não é um período de estudo, mas sim uma oficina do que você vai encontrar nas redações de qualquer jornal por aí. E esse laboratório é extremamente necessário pra quem quer seguir na profissão.


Prepare-se para ter a "obrigação" de saber sobre qualquer assunto que estiver rolando na mídia. Você tem que buscar opiniões diariamente, seja onde for mais fácil pra você. TV, internet, jornal impresso. Mas é importantíssimo saber o que está acontecendo, mesmo que não seja do seu total interesse. E estando dentro desse meio, você tem de aprender a decodificar essas informações. Não adianta nada saber das coisas, mas procure ter uma opinião firme sobre elas. Se não, pesquise até formar uma. Claro, leia. Leia tudo que vier pela frente, como os professores dizem, até bula de remédio, e lembre-se de que algum dia, todo esse conhecimento será transformado em informação, de uma forma ou de outra.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Delírio, Platão e o Plano Astral.




Se o Dada inovou na forma e valor de arte, o Surrealismo inovou na linguagem. Com a mesma defesa da destruição do racional, o surrealismo passou pelo inconsciente humano, que em tempos de Freud e até hoje representam uma interpretação dos desejos internos de um ser. A vanguarda chutou e pisou na cara da realidade, mas com uma principal diferença com o Dada, que foi a raiz de seu nascimento: a criação. O Surrealismo definiu com todas as suas expressões o escapismo como expressão da repressão de quaisquer lógicas. Foi através do belo e do bizarro que os artistas firmaram sua liberdade e completa falta de critério ao escolher temas, que vinham de anseios da alma. 

 
Remotamente inspirado por Rimbaud, que, quem bem viu no filme Total Eclipse, maravilhosamente representado por Leonardo DiCaprio, não precisava de sentido algum para se contradizer ou não. E Rimbaud, se tivesse vivido no pós-guerra, teria sim resumido o que o surrealismo tenta expressar: automatismo, irreverência e autenticidade. É levantando essa bandeira que o surrealismo acha seus meios: delicados ou agressivos, mas nunca brutos. Porque o surrealismo não se trata apenas de imagens sem nexo amontoadas como no dada, o surrealismo é uma brisa fina de originalidade, da essência humana sem filtros tais como instituições. 


Platônicos, os quixotes do surrealismo dizem: a realidade está nos sonhos, a realidade está nos pensamentos. Então as artes se deram de forma figurativa, sugestiva, grotesca, alegórica. Sem correntes, o surrealismo nasceu de dentro para fora, nos delírios e angústias de mentes lúcidas ou não; porque a lucidez é a própria falta de regularidade.


Recomendações de filme: 

O Cão Andaluz, por Luis Buñuel (e toda sua filmografia).
Total Eclipse, por Agnieszka Holland.
Little Ashes, por Paul Morrison.

Dada? Nada.



Dada significa nada. Pelo menos foi esse o significado que eu sempre dei a palavra. Acho que o termo se mistificou assim como a origem do personagem Coringa. Cada fonte diz uma coisa, Dadá: o som que os bebês fazem, Dadá: uma palavra escolhida ao abrir uma página aleatória de um dicionário, Dadá: Cavalo de Pau; tanto faz: nenhum dos nomes rotula o movimento. 



Principalmente porque o Dadaísmo não deveria fazer o menor sentido, começando pela falta de definição da palavra “sentido”. O Dada não se dá por construção. O Dada é. A ausência de metafísica que Fernando Pessoa tanto almejava e se contradizia ao discuti-la, o Dada foi o ID das vanguardas: instintivo, irracional, automático e instantâneo. Uma verdadeira cuspida na cara dos valores, sejam elas quais forem, rompimento com quaisquer regra. O manifesto se diz contra manifestos, estabelecendo toda a confusão do homem moderno, que busca basear-se no que não se baseia. Ser do contra somente para ser do contra: abolição de lógica, porque lógica aborrece. Nessa imensa falta do que nexo, os surrealistas foram os sãos de uma geração de loucos, que procuraram seus valores em primórdios sujando suas mãos de sangue, em uniformes civilizados e quepes obscenos. O caos quebrado e desastrado dos dada não se comparava ao caos milímetro dos que eram normais. Nesse caso, ser diferente era realmente ser normal. 


O Dada revolucionou na composição de arte, transformando o que fosse em arte. Sem questionamento, um mictório, como o de Duchamp, era obra prima. Tzara, autor do manifesto que não era manifesto, recomendava aos seus seguidores que fizessem poemas com palavras aleatórias recortadas de um jornal. O Dada chegou a decadência rápido. O Dada era a decadência. Sem sofisticação alguma, ele fracassou quando tomaram-lhe reflexão explícita, ganhando o que nunca quis ter, mas sempre teve: coerência.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Frankenweenie e poemas de Tim Burton


O Halloween está aí! Não com o Dia das Bruxas, mas com o dia dos mortos, Tim Burton volta aos cinemas com mais uma animação do jeito que a gente gosta.
Frankenweenie, o novo longa animado do diretor renomado estreia por aqui no dia 2 de novembro, conta a história de um garotinho pálido e esquisito que tenta reviver seu cachorrinho morto. A novidade é que a fita é inteiramente rodada em preto e branco, e é bastante inspirado em produções cinematográficas de terror da década de 30. Alguns posteres do filmes são inspirados nesse gênero e têm um design bem legal:




Falando em Tim Burton, vou de compartilhar alguns poemas dele, que tem a mesma atmosfera sinistra e inocente dos seus filmes. Eles são em inglês e prefiro não traduzi-los porque são rimados, mas fica aí para quem entender e gostar.

The Boy With Nails in His Eyes

The Boy with Nails in his Eyes
put up his aluminium tree.
It looked pretty strange
because he couldn't really see.


The Girl With Many Eyes
One day in the park
I had quite a surprise.
I met a girl
who had many eyes.

She was really quite pretty
(and also quite shocking!)
and I noticed she had a mouth,
so we ended up talking.

We talked about flowers,
and her poetry classes,
and the problems she'd have
if she ever wore glasses.

It's great to now a girl
who has so many eyes,
but you really get wet
when she breaks down and cries

Sticky Boy and Match Girl in Love
Stick Boy liked Match Girl,
He liked her a lot.
He liked her cute figure,
he thought she was hot.
But could a flame ever burn
for a match and a stick?
It did quite literally;
he burned up quick.

Junk Girl
There once was a girl
who was made up of junk.
She looked really dirty,
and she smelled like a skunk.

She was always unhappy,
or in one of her slumps-perhaps 'cause she spent
so much time down in the dumps.

The only bright moment
was from a guy named Stan.
He was from the neighborhood
garbage man.

He loved her a lot
and made a marriage proposal,
but she already thrown herself
in the garbage disposal.








segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Save me from myself



O My Chemical Romance começou discreto. Gerard é um artista. E artistas tendem a experimentar todas as formas possíveis de expressar seus tormentos. Por tormentos, entenda, literalmente tormentos. O primeiro álbum da banda deu início ao que seria uma grande e incansável jornada pela mente do pouco perturbado Gerard Way, vocalista e compositor das odes da banda. A estrada que nós (killjoys, ou seja lá que nome você nos dê) já dura mais de dez anos, e é cheia de obstáculos, chuvas, piscinas de sangue, acidentes de carro e efedrina.
O primeiro disco vem infestado de dramas pessoais, reflexões sob efeito de drogas e vampiros. A introdução egoísta e imcompreensível do guia da carroagem é tão carregada quanto a orquestra que a acompanha. Sim, não estou falando do som do My Chemical, (não por enquanto, calma) estou falando da literatura e conceitualização deste senhor que habitou fantasias de menininhas cortadoras de pulso por um bom período de tempo.

"I'll drive until the end with you". A última faixa do não muito conhecido Bullets (nome encurtado de I brought you my bullets, you brought me your love) despedesse de um lindo casal morto em um tiroteio. A história continua no Three Cheers for Sweet Revenge, em que o personagem tem de voltar a terra e matar mil homens maus para chegar a sua amada. Gerard mistura a sua realidade, as suas preocupações, os seus problemas ao dos dois amantes, contando sua história de forma melancólica e suja. Inspirado em histórias em quadrinho e filmes de horror, o artista deixa por definitivo seu rótulo: "I'm not a poet, but a criminal".

O Revenge é o álbum preferido dos fãs. Certo, My Chemical não tem o melhor da fanbase. Adolescentes revoltados, emos, bom, era o que achávamos ser na época (apesar de negar). Garotos e garotas, em sua maioria, que se auto entitulam com adjetivos usados pelo mentor nas suas letras. Gerard consegue traduzir o que a maioria dos adolescentes quer: tragedismo, o Thanatos dos seres humanos, o que faz nossos pais sentarem no sofá depois de chegar do trabalho e ver o programa do Datena.  Mas como nenhuma ideia dura para sempre na cabeça de um verdadeiro artista, o terceiro álbum da banda acompanhou a história de outro personagem: o Paciente, nada mais, nada menos que um rapaz cancerígeno dançando com a morte.

O terceiro álbum chegou para mostrar que Gerard e sua trupe não tinha somente a tragédia em suas costas. Danger Days é mais uma história muito bem contata pela banda, que vai ser melhor ainda resumida em uma comic que está para ser lançada no próximo ano.

Voltando ao ponto principal, aonde eu queria chegar: o My Chem vai lançar 5 músicas que não entraram no Danger Days. Duas delas foram liberadas esta semana. Vamos escutar Boy Division?

 
Vamos lá, o que acharam? Não está óbvio por que essa música não entrou no Danger Days? Pois é. Ela é basicamente: Revenge. E não, garotas, não peçam para o My Chem voltar aos tempos de Revenge. Gerard tem a licença poética para fazer o que lhe der na telha.

sábado, 27 de outubro de 2012

O melhor amigo das mulheres



 Do homem todos já sabem quem é, mas o companheiro delas, bem, ele ainda não foi eleito. Todavia, trago um candidato forte, bonito e barulhento: o salto alto. Apesar de usarem no cotidiano, eu aposto que nem 1/28 avos das mulheres sabem da história dele.

A origem do calçado remonta, veja só, ao ano de 3.500 a.C., lá na terra dos faraós. Claro que não eram utilizados para embelezar, mas sim para demonstrar uma maior posição social; os pobres andavam descalços e os ricos com um saltinho básico.

Desde então, passando por diversas alterações, o calçado incorporou: mudou de forma e de tamanho.O sapato de salto alto chega à sua função de hoje em dia no século XVI, com Catarina de Médici. No casório com o rei da Inglaterra Henrique II, a noiva, que não era das mais altas, colocou o sapato e, como não dá para correr com salto, andou pro abraço.



Deixando de lado a parte histórica, o calçado sempre cumpriu a sua função com maestria em qualquer época. Não é unanimidade entre as donzelas e senhoras da sociedade, mas realça quem usa, como um arranha-céu numa cidadezinha do interior.

A mulher com salto ganha um status de poder, de altivez. Torna-se um destaque e é rapidamente notada no recinto. Portanto, caros leitores, valorizem as mulheres que sofrem com dores para ficarem mais bonitas. Ode aos saltos! Ode às mulheres!