sábado, 25 de agosto de 2012

Secom a semana de comunicação extrema

Pra você que dormiu mal, fotografou mal, apurou mais ou menos e teve surtos de lucidez durante a Semana de Comunicação

Por Kássia Hoshi


Claudinho


Né Luiz?


     Não, não se assustem assim não, a correria já passou e maioria de nós - focas de 1º ano e Secom – já redigiu as matérias.  E não se enganem, isso não é um texto com Lead e Sublead.


     Nessa semana teve de tudo, destaque para o Desespero, nunca cobrimos nada tão grande (e olha que nem falei de ENIC). Então: “Atenção! Imprensa passando!”, já gritava o peso daquele crachá tímido pendurado no pescoço de cada um de nós.









     Na segunda, foi a vez da Camilla, que mandou muito bem, sem delongas, um pouco de nervosismo, afinal não é todo dia que estamos na abertura de um evento.

     Eu nunca tive a oportunidade de tirar tantas fotos ruins assim, as meninas, espero que me perdoem pelo erro. A ansiedade com que me cobria antes de dormir era descontrolável desde sexta, quando recebemos a pauta rosa. Não sei quanto ao resto, mas esse foi o meu ápice de delirium, segunda eu já tinha esquecido os livros - ganhado uma multa por isso - e deixado um monte de coisas de lado. Tinha esquecido de raciocinar, só com passar da semana as coisas se acalmaram. Thais também teve o seu - posso contar né?

Narcóticos Anônimos por favor?
     Tatá passou a semana anterior doente, tinha de se medicar, acho que isso tenha contribuído pras coisas piorarem. Enfim, o gravador demerda dela deu pau, levei o meu, ai ela terminou a entrevista MAIS importante e... A gravação tinha sumido! Pronto, desespero armado, surtos psicóticos de lucidez, rezas a São Miguel. Mas as coisas acabaram bem (O gravador tem umas 4 pastas, ele tinha mudado de pasta e só dá pra ver isso no pc). Pra quem é foca sabe o pavor.



     Acredito que na hora que você tá lá, gravando, fazendo as perguntas, meio que se desliga do redor, quer que sua fonte responda com todo o entusiasmo de um atleta que superou todos os obstáculos, nem sempre isso acontece. As vezes sua fonte dá meia duzia de respostas desanimadoras, quebra o relacionamento pré-estabelicido. Isso aconteceu com a minha primeira matéria fria.




     Na manhã de quinta, a Alessandra passou e me deu uma carona. Palestra com Terezinha de Almeida, a diretora da TV Vanguarda. Foi uma correria atrás de uma câmera, tudo certo no final e o Ruan ainda roubou as fotos que tirei.
     A noite tava a mini-redação montada no laboratório de informática. Selecionamos as fotos – as não desfocadas né Kássia? –, e a professora Eliane deu nosso gancho.



     Bora começar a redigir a matéria garotada! Sujeito + Verbo + Predicado, Linha-fina, Lead – não esquece: Quem, fez o quê, quando, onde, porque e como? –, Sublead, Fonte, qualificação desta, não repetir verbo ...



Difícil...

     Cabo? Que nada! Corrige, arruma, lê, relê, coça a cabeça, pensa mais um pouco, encaixa fonte pessoal, não esquece de seguir a linha do contexto! Sexta você volta?! Volta sim, revê o texto, muda verbo, muda frase comprida, muda sentido, muda fala, muda fonte. Corre, procura o professor José Maria, Camilla! Vai buscar a fonte tal Kriss! E o nome do Anfiteatro Luiz?

     Calafrios a parte, como Josué disse tem muitos alunos no Departamento que não se interessam pela Secom. E acredito nele, nos dias que estive cobrindo e fotografando, só lotou mesmo na abertura com o Mário Meirelles, o meio-cabeça dos programas da Globo. A palestra da Netnografia, e da Hoshihara, foram ótimas; os do blogueiros realmente me impressionou.





    E no fim, “passou tão rápido!”. O som do cover do Red Hot de ontem deu aquela animada, gerou uma espécie de saudade. Uma coisa que fez acalmar as nossas angustias. Dá vontade de ter mais? Em partes sim. O que ficou? Ficou a impressão de que é essa a Cara da Comunicação:








     Mas a Secom acabou e deixou um gosto de experiência. Que venha o Enic, as eleições, e tudo. Estamos preparados e teremos todo apoio do mundo.

     Agradecimentos à todos os professores que atenciosamente e pacientemente aguentaram a todos nós; a todo o 1º JO que se uniu, e apresentou um companheirismo que nunca pensei que veria. Isso nos tornou mais fortes, imagino. Em especial a Tatá linda, que me aguentou.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Look #2 - Printed Legs

Eu estava preparando um post sobre a Ikeda Hirari, maaaas, decidi explorar um pouquinho mais pra aprofundar. Porque a garota tem mil facetas, sério.

Então trouxe dois looks com legging pra vocês, um mais grunge e outro quase clean.


Essa tendência de legging estampa é bem legal, ainda mais com esse tema "galaxy". 
Achei umas muito bonitas nesse site, e essa é a que a modelo está usando.

Esse outro tem uma estampa bem grunge.

Ambos acompanham peças sem estampa e cores exageradas como top. A segunda blusa, com essas mangas góticas, combina perfeitamente com os creepers e os acessórios da modelo.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Literatura #4 - Ainda procurando


Procura da Poesia - Carlos Drummond de Andrade

Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.

O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.

Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.

Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.

Música #4 - Lovers Who Uncover

Juro que um dia eu apresento Crystal Castles melhor, mas hoje vou deixar esse cover do The Little Ones viciantes deles.



Where do all the lovers meet with one another,
In an effort to uncover what has happened to the silent days?
Despite ones on the corner,
dream of something warmer
A semblance of our old ways,
what has happened to our handmade days?

Oh no
Oh no
Oh nooooooooo

We can pull a map out detailing the direct route
Young ones grow anxious to proclaim their advances to the fray
If we don't wake up and the truth never comes up
You will never have our old lane,
you will never have a right of way

Where do all the lovers meet with one another,
In an effort to uncover what has happened to the silent days?
Despite ones on the corner,
dream of something warmer
A semblance of our old ways,
what has happened to our handmade days?

And won't you show us where your heart is?

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mangá/Anime #1 - Kids On The Slope




Título: Sakamichi No Apollon, Kids On The Slope

Ano: 2012

Episódios: 12

Capítulos: 45

Autora: Kodama Yuki

Diretor: Shinichiro Watanabe

Gênero: Josei (Romance/Drama)






Sou suspeita para falar desse aqui. Na verdade, acho que sou suspeita para falar de todos os animes que gosto, mas ok. A primeira vez que ouvi falar de Sakamichi foi no Shojo Café, quando o mangá estava para lançar. Nem lembro quanto tempo faz, mas vamos dizer que faz pelo menos um par de anos. Lembro que gostei de imediato do estilo da autora: aquele fundo vermelho forte, aquele contorno pesado do personagem engraçadinho de óculos antigos.



A sinopse dizia algo sobre anos 60, um grupo de amigos e uma banda. Era o que bastava para eu gostar. Como o mangá ainda não havia saído, acabei esquecendo completamente da sua existência. No final do ano passado, houve um burburinho sobre um novo anime que o Shinichiro Watanabe estaria dirigindo.

A repercussão não foi para menos, já que o cara participou dos projetos de Cowboy Bebop e Ergo Proxy. Descobri então que o tal projeto se tratava da adaptação desse mangá, que já estava quase terminando e eu nem tinha começado a ler. Foi minha chance de correr atrás: quando comecei a ver o anime, que foi finalizado com o encerramento da temporada passada, minhas expectativas não poderiam ser melhores, e eu não me decepcionei. Um dos pontos a serem valorizados no anime é bem simples, uma especialidade do gênero. Primero, vamos explicar: Josei é o equivalente de Shojo para mulheres jovens. Isso não quer dizer que garotas e homens não podem gostar da obra, mas esse é o nixo que a categoria segue. O Josei trata de transições, geralmente da adolescencia para a fase adulta

E com isso vem aquele artifício que eu ia te contar: a evolução dos personagens. Existe uma diferença, no entanto. Sakamichi não fala de garotas virando adultas. O mangá, e posteriormente, o anime, contam a breve vida escolar dos protagonistas; o que poderia ser muito bem um Shojo qualquer. Aí que está: a obra trata essa fase da vida com tanta sensibilidade, que simplesmente não merece ser categorizada como Shojo. A maneira que os assuntos são tratados, de maneira madura e quase realista, é notavelmente mais sofisticada, comparada com outros títulos.

Kaoru Nishimi é um garoto introvertido e aplicado. Vive mudando de cidade, por causa do trabalho do pai. Ele toca piano clássico: algo que parece só agradar sua tia e prima que não fazem nada a não ser representar um plano de fundo de família-que-não-se-importa. Apesar de não fazer o tipo enturmado, Kaoru se encanta imediatamente pela "fofinha" Ritsuko, representante de sala. Nishimi acaba se envolvendo com Sentaro por certos acasos do destino, e eles viram amigos. Nada de extraordinário: foram coicidências que acabaram juntando os três, já que Ritsuko conhecia Sentaro de longa data.

É na loja do pai de Ritsuko que Nishimi tem seu primeiro contato com o Jazz. Sim, porque estamos em 1966. O porão da loja de discos tem uma bateria, um violoncelo e um piano. Após escutar Sentaro arristando um Moanin' nas teclas, Kaoru se sente desafiado a tentar fazer algo melhor. É assim que começa a surgir a paixão pela música no garoto, que se vê complementado pelo novo amigo. Sentaro tem o esterótipo de moleque encrenqueiro, selvagem e incostante: o que não podeira combinar mais com bateria. Reciprocamente, ele vê em Kaoru, um estímulo para praticar o Jazz. O estilo é apresentado de maneira vibrande e energética no anime.

A música dos garotos evolui assim como o seu entrosamento pessoal. Ritsuko se torna a principal espectadora de ambos, e como ela diz: "minha coisa favorita é escutar as risadas de dois garotos". Não só como público, Ritsuko tem um papel estritamente feminino: ela serve como porto seguro de Nishimi e Sentaro, mas não se comporta como uma boneca intocável, muito pelo contrário. Tem caprichos e inseguranças como de toda garota de sua idade, e nem sempre se vê capaz de atender completamente os anseios de seus amigos. Com ela, Kaoru desperta sua personalidade pouco complacente, ao contrário de sua aparência. Ele é um menino impulsivo, não muito compreensivo e bem precipitado. Sentaro é o personagem que eu mais gosto: se preocupa com a família, com os amigos, é atento e esforçado; cativante e assim como Kaoru, bastante impulsivo. Os garotos que antes eram considerados o oposto, se descobrem extremamente compatíveis, a não ser por um atributo: o egoísmo de Kaoru. A evolução deles se dá até Kaoru ir para a faculdade e se tornar um doutor. Não quero contar spoilers, parei por aqui.

Outro ponto de destaque são os personagens secundários. Yurika-san, uma garota rica que desperta o interesse de Sentaro e Junichi, o grande mentor de Sentaro, que tem um papel bem importânte na trama. A história deste último é especialmente interessante: ele é um militante político em sua faculdade. O foco nesse plot é bastante breve, mas não deixa de valer a pena.

O que é mais surpreendente sobre o anime, particularmente, é a trilha sonora e a animação. Como dito antes, o diretor já é conhecido pelos seus excelentes trabalhos prévios, e nesse anime, fica mais do que clara a sua credibilidade.

Aí fica o trecho mais épico do anime. Assistam!

Literatura #3 - Sozinho com todo mundo


Sozinho com todo mundo

a carne sobre os ossos
e colocam uma mente
ali dentro e
algumas vezes quebram
vasos contra as paredes
e os homens bebem
demais
e ninguém encontra o
par ideal
mas seguem na
procura
rastejando para dentro e para fora
dos leitos.
a carne cobre
os ossos e a
carne busca
muito mais do que mera
carne.

de fato, não há qualquer
chance:
estamos todos presos
a um destino
singular.

ninguém nunca encontra
o par ideal.

as lixeiras da cidade se completam
os ferros-velhos se completam
os hospícios se completam
as sepulturas se completam

nada mais
se completa.

Charles Bukowski.

Música #3 - Love already tore us apart

Pois é. Eu sei. Não tenho postado e tal. Mas tenho explicações: estava doente. E o final de semana começou prometendo com a Bienal do Livro, que bateu o recorde de visitação justo no dia em que eu fui. Domingo foi dia de pautar e... segunda começou a Secom!

Pra começar, vou seguir a linha da Ka: trilha de Donnie Darko.
O filme é bom. Bom, não ótimo. Uma review dele vem por aí.

Então, vamos lá, Love Will Tear Us Apart, do Joy Division, umas das minhas bandas preferidas, uma das minhas músicas preferidas.

When routine bites hard
And ambitions are low
And resentment rides high
But emotions won't grow
And we're changing our ways
Taking different roads
Then love, love will tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again
Why is the bedroom so cold?
You've turned away on your side
Is my timing that flawed?
Our respect runs so dry
Yet there's still this appeal
That we've kept through our lives
But love, love will tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again
You cry out in your sleep
All my failings exposed
And there's taste in my mouth
As desperation takes hold
Just that something so good
Just can't function no more
But love, love wil tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again
E aliás, vou mostrar a bolsa que comprei e chegou semana passada em casa:
Confortável e muito linda. Comprei na Obashop.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Prateleira#1 - Lisbeth Salander em Millennium: The Girl With The Dragon Tattoo


     E pra começar a sentir o gosto do fim de semana, resolvi postar um livro até então famoso por si só, da trilogia Millennium: The Girl With The Dragon Tattoo. Já comentado aqui pela Thais, o remake do filme sueco adaptado do livro.  Sem dúvidas, Clóvis Rossi que me perdoe, o melhor livro que envolve a ética e todo o aprendizado jornalístico. (Srs. professores agradeço se revisarem o livro “O que é jornalismo” e por o Mikael pra dar aula para gente). A história original não muda tanto assim para a adaptação americana que foi considerada a melhor, mas como sempre nada comparado.

     No início chega a ser meio metódico o jeito que ele trata de explicar e por o leitor dentro do contexto da economia sueca, e logo depois temos Mikael Blomkvist, ou o Super-Blomkvist se você estiver a fim de tirar ele do sério. Mikael é o jornalista ético, passou sua carreira denunciando empresas corruptas da Suécia, e logo no início da carreira ganhou o apelido carinhoso, nome de um detetive dos livros suecos. Eis que então que este se vê num problema, denunciou as empresas Wennerström, e perdeu a causa. Decide então deixar a revista Millennium, em que é coproprietário, e partir para desvendar o caso Harriet, ganhar a cabeça do Wennerström, e recuperar o mais importante sua credibilidade.

     Durante o desenrolar da história, a heroína aparece. Lisbeth Salander passa longe do normal, descrita como uma garota de aparência anoréxica de um metro e meio de altura, jovem, cheia de piercings e tatuagens - todos símbolos próprios - que, segundo sua ficha, é incapaz de tomar conta de si sozinha e tem tendência a ser violenta. A primeira vista, Lisbeth é o verdadeiro demônio encarnado no corpo de uma garota de vinte e cinco anos, pelo menos para aqueles que nem ao menos tentaram conhecê-la de verdade, ou melhor, pelo menos para a maioria que nunca a tratou como um ser humano. Mais humano do que ela impossível você encontrar nas novas literaturas de hoje. Mikael deve sua vida e carreira a ela, sem contar que ele é o único que sua presença não a irrita, ele é um homem bom. Ela gosta dele. Trabalharam juntos no caso Harriet, e se não fosse ela, talvez Blomkvist não solucionasse o caso, não daria a volta por cima na cara do Wennerström e... Bem você descobre quando ler.

     Mas afinal, ela é mesmo mais esperta que eu e você. O que vale a pena de ler o livro, é que Lis não é nenhuma clichê não, resolve tudo sozinha, tem uma mente muito mais lógica que qualquer outra, e sua personalidade exótica atrai até demais o leitor. Qual é o passado de Lisbeth Salander, porque ela, datada de dons tão magníficos, é considerada tão incapaz e violenta. Logo você muda de posição no livro, é cativado pela mente dela, é capaz de apoiá-la em todos os atos, pense nas consequências, sabe que ela faz bem em estar no anonimato, não querer se envolver com a polícia, não acredita neles, no sistema, nem nas pessoas. Você se liberta ao ver o troco que ela dá ao seu novo tutor. Sabe que Salander não deixa nada de graça. Ela é o jovem do século XXI, vê sua liberdade, deixa de lado as fronteiras na internet. Se livra do sistema que a prejudica, que a estupra, se vê livre dos homens que não amam as mulheres.



Uma breve biografia do nosso autor: Stieg Larsson nascido em Skelleftehamn em 15 de agosto de 1954 e morreu por ataque cardíaco em Estocolmo, 9 de novembro de 2004, um ano antes do lançamento do primeiro livro e se tornar milionário. Foi um dos mais influentes jornalistas e ativistas políticos suecos. Trabalhou na destacada agência de notícias TT. À frente da revista Expo, fundada por ele, denunciou organizações neofascistas e racistas e por isso recebeu diversas ameaças. É co-autor de Extremhögern, livro sobre a extrema direita em seu país. Sua semelhança com Mikael é inconfundível.


Um texto mais que interessante:http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/02/por-que-amamos-tanto-lisbeth-salander.html

Prateleira é postada toda terça-feira, perdoem o atraso.

Música#2 - Mad World - Gary Jules


A música veio da Vitória, ela tava me contando sobre o filme "Donnie Darko" e seu coelho - amigo imaginário e das semelhanças da personagem principal com o Holden. Desde então a música ficou aqui no navegador e todo dia que abro, ela começa. Melódica e um tanto triste.






Mundo Louco

À minha volta são todos rostos familiares.
Lugares desgastados.
Rostos desgastados.
Claro e cedo para suas corridas diárias
indo a lugar nenhum.
Indo a lugar nenhum.
E suas lágrimas estão enchendo seus óculos.
Sem expressão.
Sem expressão.
Escondo minha cabeça, quero afogar meu sofrimento.
Sem amanhã.
Sem amanhã.
E eu acho isso meio cômico.
E eu acho isso meio triste.
Os sonhos nos quais estou morrendo são os melhores que eu já tive.
Eu acho difícil te dizer
porque acho difícil de entender.
Quando as pessoas andam em círculos é
um mundo muito, muito louco.
Mundo louco. Mundo louco.


Crianças esperando pelo dia quando se sentem bem:
feliz Aniversário.
Feliz Aniversário.
E eu me sinto do jeito que toda criança deveria
sentar e escutar.
Sentar e escutar.
Cheguei à escola e estava muito nervoso.
Ninguém me conhecia.
Ninguém me conhecia.
Olá, professora, diga-me minha lição.
Olha através de mim.
Olha através de mim.
E eu acho isso meio cômico.
E eu acho isso meio triste.
Os sonhos nos quais estou morrendo são os melhores que eu já tive.
Eu acho difícil te dizer
porque acho difícil de entender.
Quando as pessoas andam em círculos é
um mundo muito, muito louco.
Mundo louco. Mundo louco.
Ampliar o teu mundo
Mundo louco

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Música #1 - Os Funerais do Coelho Branco II (em linha reta)

Kássia me mandou mensagem falando que essa poderia ser a primeira música postada no blog. Eu estava pensando exatamente na mesma coisa, haha.
O motivo da gente gostar tanto dela é pelas últimas duas estrofes, que citam Fernando Pessoa (meu poeta preferido) e o Holden, personagem do livro de cabeçeira da Kas.
A letra é muito boa. Quem conhece meus personagens sabe que ela tem tudo a ver com minhas realizações psicóticas (pra citar Kássia de novo aqui).

Sartre da São João, hálito de bebida barata e meio Vila Rica amassado no bolso.
Devorador de memórias de prostitutas e arruinados, o doce prazer dos últimos trocados.
Hoje escreverei o livro de toda minha vida, e trocarei os manuscritos por beijos e carinhos pagos.
Foi tudo um engano. 
Um enorme engano do acaso. 
E acabei aqui, vencedor mais derrotado, de troféu entre os braços, sem ninguém pra me chamar de herói. 
Velando meus coelhos brancos. 
(...) 
As pessoas não ficam, sempre passam, evitam contato com o homem e seus desencantos.
 E eu assisto tudo, como um filme de quinta categoria, sem saber porque faço ou falo coisas.
 Em um cinema sujo e triste, as mulheres me cospem, o coração desiste e deixo o orgulho para as moscas.
(...)
Um brinde então, a esse odor de quarto úmido, a televisão que não sintoniza. 
Um brinde ao Domingo, ao tédio, a esse colchão imundo, onde casais feios treparam por dias.
Eu sou herói de ninguém e quero um quarto sem espelhos. 
Um corpo sem nome pra abraçar com os joelhos. 
Porque hoje sou o que sou, o leão covarde da boca do lixo na estrada de tijolos mais suja e cheia de bichos. 
Decorei poesias, li Kierkegaard, Nietzsche até o raiar do dia. 
E só conheci mesmo na vida os demônios sujos que não conhecia. 
(...) 
Verdade Fernando, jamais conheci mesmo quem levasse porrada e todos que conheci me chutaram mesmo caído à calçada. 
Holden estou aqui, de esperanças enterradas. 
Atravesso, atravesso a estrada e nunca acontece nada... nada.

Literatura #2 - Poema em linha reta


Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Fernando Pessoa - Poesias de Álvaro de Campos.

Literatura #1 - Opiniões

Opiniões.
As pessoas estão cheias delas.
E eu estou cheio delas.
Delas e das pessoas.
(…)
Aqui se escreve um testamento.
Aqui se faz aqui se paga.
Aqui se nega um juramento.
Aqui se nasce aqui se mata.
(…)
Já eu.
Eu não.
Eu não quero e não sei.
E já nem quero saber.
(…)
Só sei que pulso.
Pulso e sangro.
Não sei mais nada.
Nem sei se quero.
Nene Altro - Os Funerais do Coelho Branco

LOOK #1 - A stranger, a fall

Era pra ser na segunda-feira, mas vamos lá: Look do dia.





































Escolhi a Jerina, porque... eu quero ser ela quando crescer! E isso é quase sério.
Conheci ela pelas quebradas do tumblr, em umas fotos em que ela ainda estava de cabelo verde. O que me chamou a atenção foi o corte de cabelo, que era parecido com o meu na época. Bom, o de cabelo verde não é o look que eu escolhi hoje, e sim esse, super básico, chique, sem perder a atitude que ela tem. Tem uma pegada um tanto britpop, e a manga da camisa xadrez (discretíssima) dá um ar grunge à peça.
Aproveito pra deixar essa dica pras meninas: aprendam a usar meias finas! A da Jerina tem uma textura bem leve, e combinada com o vestido curtinho liso, ficou ótima. E nem falei do blazer ainda. Os buttons completam o look de jeito bem sutil.
A maioria das roupas da Jerina são de brechós. Fica essa dica aí no ar.


Programação Cultural #1 (14/08 - 20/08)

Bora ver o que tem pra essa semana!

Começando com a agenda da Hocus Pocus.




16/08/12 - QUINTA-FEIRA - "TATTOO FEST" LANÇAMENTO DA EXPO VALE TATTOO - 22H
17/08/12 - SEXTA-FEIRA - MAB | UNISSONÂNCIA | ZÍPER ZINE APRESENTAM: WE ARE THE CLASH (The Clash Cover), ROAD ZOMBIE (Social Distortion Cover), SKY DROP (lançando CD) - 22H
18/08/12 - SÁBADO - REVOLUÇÃO PSICOLÓGICA TOCANDO RAUL SEIXAS! - 22H
19/08/12 - DOMINGO - Fingering Fatties Tour com as bandas STOMA (Holanda), LE MARS (São Paulo), MANGER CADAVRE? (São José dos Campos) - 18H

Mais informações: Hocus Pocus no Facebook

Um pouquinho de SESCSJC:


Sem esquecer da Bienal do Livro que ainda tá rolando. Acho que vou no sábado, hehe.
Boa semana pros leitores imaginários.