terça-feira, 11 de setembro de 2012

Música #5 - Post-punk Revival

Bom dia, amiguinhos.

Escutei faz pouco tempo que a cena musical não teve bandas boas depois dos anos 2000. Mentira, não defendo nem um pouco esse saudosismo. O século XXI tem muitas boas sim! E como já dizia Gina Indelicada, nada se cria, tudo se copia. Bandas que são consideradas boas atualmente são uma reciclagem de antigos sons; é claro, vamos salvar algumas genialidades, temos muita coisa boa e original por aí. Mas vim falar sobre o REVIVAL, que não é exatamente uma coisa ruim.

POST-PUNK REVIVAL


Reparem que a história se repete de forma insistente e a gente nem percebe. Depois que o Neoclassicismo acabou, repleto de razão e humanismo, o Romantismo chegou daquele jeito meio (totalmente) fora de realidade, sentimentalismo e angústia exagerada. Não falo tanto das obras como Iracema, daquele heroísmo tosco que a gente odiava mortalmente na escola. Acentuo os poetas, assim como Álvares de Azevedo, que chorou todas as pitangas (ou as pitangas que não conseguiu) na sua Lira dos Vinte Anos.



O final dos anos 60 e 70 foram marcados pelo início da contra cultura. Os beatniks (caras que eu prometo detalhar em outro post, e me sinto no pecado de resumir os meus poetas preferidos em apenas algumas frases) foram vidrados no jazz, que era o rock daquele tempo. Vamos dizer que o jazz representou muito mais do que o rock representa pra muita gente hoje ou nos anos 80. Os poetas da Geração Beat, principalmente Allen Ginsberg, foram engajados politicamente e causaram desconforto na sociedade que vivia em plena Guerra Fria. Humanistas, racionais, os Hippies herdaram o ácido e a preocupação desse novo movimento que também traria os Punks, anárquicos fervorosos ou aqueles que só gostavam de aparecer.



Não estamos falando de política, calma. Apesar de ter um papel bastante evidente os movimentos, estamos falando de som e de lírica. Os punks, que gostavam de chamar a atenção, tomaram conta da cena, claro. Outra corrente influenciada pelos Beats (e pelos excêntricos New York Dolls) foi o Glam Rock, recheado de androginia e muito glitter. Abaixo, uma foto de Deus (!)


Já deu para perceber que a partir do Glam, as coisas começaram a mudar de rumo. Os homens estavam usando batom, o som se tornava mais diversificado. Mas quando os alternativos resolveram misturar o som punk com a estética Glam, o resultado foi um.... vampiro.


The Cure e Bauhaus levaram ao pé da letra. Abusaram da maquiagem, roupas soturnas, letras melancólicas... coisas que estavam completamente distantes do engajamento político de antes. Esse paradoxo não deixou muita gente feliz. Os góticos eram odiados, tanto quanto os emos foram descriminados lá por 2005. Achavam que eles eram vazios, chatos. Mas se tratava de uma ressaca dos tempos eletrizantes, uma trégua. O nascimento do novo Romantismo?


A cena independente passou a ser conhecida e considerada anos mais tarde, fase importantíssima na história da música. Artistas como The Cure, Joy Division e Echo & The Bunnymen influenciam muita gente até hoje. 
O gótico continuou extremamente forte entre seus adeptos. Tomou um caminho bem definido. Há bandas que se dedicam a um som mais industrial, outros, como Cradle of Filth são considerados Symphonic Metal. Nem parecem ter se inspirado no Post-punk, de tanto que se diferenciaram.



O termo Post-punk Revival é pouco conhecido por aqui. E eu dou graças por isso, porque, na minha humilde opinião, ele é muito mal usado. 
Aposto que muita gente não sabe, mas o The Killers é uma banda rotulada dessa maneira, o que é totalmente equivocado. O nosso queridão Wikipedia trás uma lista das banda do "movimento", que não chegam nem perto dos primórdios. A nova levada do rock atual é bastante livre, busca referencias em diversas fases da música, e talvez por isso, seja tão difícil rotulá-las.

Vou apresentar algumas bandas que eu reconheço como realmente inspiradas no Post-Punk:


EDITORS
O Editors é uma banda indie britânica. Começou como muitos artistas consagrados do Post-Punk, e seu som se aproxima bastante a eles. O baixo é bastante melódico, a voz inconfundível e atmosfera pouco "feliz".

THE HORRORS
Em questão de visual, os meninos do Horrors são os que mais se aproximam dos góticos e dos punks. Eles sofreram uma mudança significativa desdo primeiro álbum, que tinha músicas dançantes e enérgicas, bem garage fuzz. A partir do segundo, a influência do Post ficou bastante clara, e eles chegaram a ser comparados com o Joy Division.
INTERPOL
Muitas vezes espelhado no grunge, o Interpol carrega uma angústia bastante evidente em suas músicas. É uma das bandas que mais vale a pena de se conhecer, não só pelas referencias do Post, mas também pela qualidade.

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