terça-feira, 11 de setembro de 2012

Arte #1 - Les Fauves

Trabalho pra facul, é! Queria ter pegado o Surrealismo, mas... tudo bem, fica, não para o trabalho, mas sim para o próximo post.

LES FAUVES 




O fauvismo, ou fovismo, surgiu durante a explosão das vanguardas pós-impressionistas no século XIX. Ao contrário dos outros movimentos como o surrealismo, ou o dadaísmo, ele não vinha acompanhado de manifestos e ideologias. Inspirado principalmente em artistas como Van Gogh e Paul Gaugin, o movimento unificou a utilização de cores fortes e representação pictórica.
O termo “fauvismo” foi criado pelo crítico de arte Louis Vauxcelles, ao observar as obras de artistas do segmento no Salão dos Independentes.  Significa “os animais selvagens”, pelas cores intensas e tons dramáticos. A estética dessa vanguarda foi mercada pela liberdade de expressão, uso sentimental da cor, afirmada de forma intensa. Essas intervenções artísticas inovaram a arte parisiense.



Não se tratava de um movimento ideológico, não tinha princípios de comportamento. O conceito baseava-se principalmente no uso acentuado das cores, e da falta de precisão nos desenhos. Dessa forma, cada um de seus artistas teve a liberdade para trabalhar da forma que queriam , expressando suas individualidades.
Henry Matisse, um dos principais artistas do movimento, definiu o fauvismo como “Uma arte do equilíbrio, da pureza e da serenidade, destituída de temas perturbadores ou deprimentes”. A ela pode ser atribuído o hedonismo, ou seja, a procura pelo prazer como finalidade da vida, definida com cores a serem substantivadas, a falta da terceira dimensão no desuso de sombreamentos, no contraste e uso de tonalidades puras, ou seja, sem mistura de pigmentos. A linguagem é realista, apesar de não ter conotação política ou social, tentando despertar o “selvagem” de seu espectador.
Como um grande inspirador do fauvismo, Van Gogh foi um utilizador de cores fortes e expressivas. Influenciado por Paul Gauguin, Egdar Degas e Toulose-Lautrec, o aspecto impressionista é bastante evidente nas suas obras, como nas retratações de paisagens. Utilizava também pinceladas fortes, e prezava o recurso da luz. Outras características foram adotadas a partir da observação do romantismo, assim como no fauvismo. O que não pode ser comparado ao fauvismo é a constante busca pela representação de suas mágoas e loucura em suas telas, que eram extremamente pessoais, contrário a preceitos do segmento vanguardista.



Paul Gauguin também inspirou o fauvismo, com suas pinturas de cores intensas, pinturas consideradas verdadeiras alegorias, fazia grande uso de recursos como o contraste e priorizava figuras humanas, com pinceladas de cores puras e expressivas. Gauguin procurou levar as suas telas o simbolismo, buscando mais do que reproduzir a realidade, mas também, passar uma ideia. Assim como nas obras fauvistas, suas cores foram taxadas de irreais e exageradas.
Um dos consolidadores do fauvismo, responsabilizando-se por conceituá-lo, foi Henri Matisse. Em 1907, mergulhou no movimento, se tornando em um de seus símbolos ao utilizar a cor como o principal destaque de suas obras. Eliminou a profundidade, e trabalhou as formas de maneira livre, abusando da simplificação. Não tinha compromisso com o intelecto ou com sentimentos, e representava cenas reais, não necessariamente com realismo. As linhas eram utilizadas por ele como recurso simplificador e harmonizador.



Jean Puy foi também um dos primeiros fauves, participando do Salão de Outono. Pintou temas como o nu, a natureza morta, e mostrou robusta vitalidade em suas obras, fez formas simplificadas, que acendiam instintos de imediata sensação. Seu estilo, afirma principalmente, o fato do fauvismo permitir a liberdade entre seus adeptos, que utilizam de seus instintos para compor uma pintura. Henri Manguin, que participou da exposição Salão dos Independentes, retratou em suas pinturas o povoado de Saint Tropez, cenário constante de suas pinturas que utilizavam recursos e luz e cores fortes, assim como o Taiti foi inspiração de Gauguin.
Outros artistas do fauvismo foram profundamente ligados ao cubismo, sendo Georges Braque o fundador deste seguimento, juntamente com Pablo Picasso. Sua fase fauve foi curta, mas também fez uso de cores fortes e teve suas obras expostas no Salão de Outono. André Derain, que mais tarde também se voltaria para o cubismo, encontrou-se com Marrise e desenvolveu suas ideias voltadas as cores intensas. O artista demonstrou uma superfície mais tranquila, baseada em tonalidades quentes e harmônicas.



Maurice de Vlaminck, também fauvista, era profundamente ligado a Van Gogh. Uma frase atribuída a ele é “Quero incendiar a Escola de Belas Artes com meus vermelhos e azuis”. Com o passar do tempo, se distanciou do fauvismo para dedicar-se as suas características próprias. Raoul Dufy, como representante do mesmo segmento, pintava cenas urbanas e regatas marinhas. Também teve uma fase cubista e foi escultor, trabalhou com litografia e aquarela.



Emotivo, e nunca racional, o fauvismo, é retratado com positivismo. Dessa maneira, o segmento pode ser equiparado aos meios de comunicação visual atuais, que utilizam seus artifícios para atingir a massa. A propaganda e recursos gráficos de diagramação, por exemplo, despertam emoções através das cores, que pela psicologia, podem significar diversas coisas, apesar de se tratarem de elementos abstratos. Os elementos básicos como a forma, a textura, a dimensão e o movimento foram reconhecidos nas obras fauvistas, e são ilustrados como influência na comunicação de hoje.

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